Ao longo de três séculos o cristianismo espalhou-se pelo império romano. Duramente perseguido em seus inícios, recebeu a partir de Constantino um novo tratamento. Institucionalizou-se gradativamente e ao longo de vários séculos acabou se distanciando das bases evangélicas. Diversas pessoas procuraram chamar atenção para esta realidade. Buscaram reformas no interior da Igreja. Contestadoras, acabaram, ou assimiladas pela instituição, ou perseguidas, proscritas e mortas.
A história da vida de Martim Lutero se insere dentro do contexto de busca pelas origens evangélicas. Seus desencontros com a Igreja Católica tinham como pano de fundo a interpretação das Sagradas Escrituras. Seus esforços para chamar atenção de desvios e abusos de autoridade não encontraram eco e o levaram à excomunhão.

O insucesso, no entanto, não freou o movimento da Reforma na Igreja. Martim Lutero tornou-se um dos principais protagonistas. Graças a grande receptividade o movimento se espalhou na Alemanha e em outros países europeus. Por causa da liderança de Lutero e também pelo fato de a sua pessoa ser o centro das tensões e dos conflitos com a Igreja Católica, as pessoas simpáticas e seguidoras do movimento começaram a ser chamadas de “luteranas”. Tratava-se no início de um xingamento de adversários e opositores.

Martim Lutero opôs-se veementemente a esta designação. “Peço que meu nome seja calado e que ninguém se chame luterano, senão cristão. Que é Lutero? Pois se a doutrina não é minha! Eu também não fui crucificado por ninguém.” Fala de si mesmo como um “pobre e fedorento saco de vermes.” A sua preocupação central girava em torno do resgate da verdade evangélica.

Como formação eclesiástica independente o luteranismo tem sua origem por ocasião da aprovação da Confissão de Augsburgo em 1530. Esta confissão tornou-se um documento básico de todas as igrejas luteranas no mundo. Recebeu a adesão de fiéis em boa parte da Europa. Sofreu sérios reveses com as investidas da Contra-Reforma católica, mas acabou se consolidando principalmente na Alemanha, Suécia e demais países escandinavos.

O luteranismo expandiu-se para as Américas e a Oceania com o advento do processo emigratório europeu. A expansão colonial européia fez com que chegasse à África e Ásia. Atualmente ele se agrupa basicamente em duas grandes organizações mundiais: Federação Luterana Mundial e Conselho Luterano Internacional.

Ao longo da história brasileira sempre houve a presença de pessoas que tinham vinculação com a fé evangélica. Entre os primeiros evangélico-luteranos destacam-se: Heliodor Hesse – escrivão que residiu em São Vicente-SP, filho do humanista alemão Helius Eobano Hesse, amigo de Martim Lutero que chegou ao Brasil por volta de 1554 e Hans Staden que cantou hinos de Lutero e erigiu a primeira capela evangélica enquanto estava prisioneiro dos índios em Ubatuba/SP em 1554. Lembre-se também que no Rio de Janeiro foi celebrado o primeiro culto evangélico no Brasil e foram executados os três primeiros mártires evangélicos brasileiros (calvinistas) em 1558. Em Sorocaba/SP foi criado o primeiro cemitério protestante por ocasião da implantação da primeira siderúrgica brasileira por parte da família real em 1811.

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